Sunday, March 4, 2007

Quase Perfeitos


Existirão momentos completamente perfeitos? Pedaços de tempo em absoluta sintonia entre o querer e o ter, entre o imaginar e o viver, entre o dar e o receber...
Será este o idealizar da perfeição, um acreditar numa procura sem fim?
Estará algum dia completo o puzzle do meu ser ou faltarão sempre peças perdidas pelos cantos dos dissabores ou pela amnésia desejada de tantos momentos...
Estarão essas peças todas elas encaixadas correctamente? Ou haverá sempre o traiçoeiro engano da aparência ou o conjugar distraído por falsas semelhanças?
Será este meu caminho um labirinto sem saída? Poderei mesmo escolhê-lo ou serei empurrado pelo sopro das circunstâncias?
Descobrirei alguma vez as passagens secretas deste quebra-cabeças, desta ambiguidade conflituosa que sinto?
Momentos perfeitos não existem, pelo menos para mim, qual miragem do deserto dos meus dias.
Momentos quase perfeitos, esses sim, existem com a intensidade do vislumbrar do arco-íris da minha existência, de beleza estonteante, de tranquilidade absoluta, de paz interior, de um levitar emocional...
Momentos... Quase perfeitos...
É neles que me quero concentrar, dedicar a essência que habita o meu corpo e a minha mente. Não quero viver ilusões, não quero tocar as nuvens... Que os meus pés sintam sempre o calor da Terra que os suporta, que o meu rosto sinta o toque da chuva, o beijo do vento...
Quase perfeitos são esses os momentos, serão esses o tic tac que marcará o relógio no meu caminho...

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