Wednesday, August 27, 2008

Sete Pecados...








... da minha Existência

Serei avareza do ser por atitudes geradas pela consonância de um pensar com o sentir? Por não gritar aos gestos, palavras e pensamentos que não sejam ambíguos aos olhares de outrem, que sejam espelho explícito de uma névoa que me aconchega?

Serei gula dos sentidos por tentar absorver desse aroma do querer o sabor do conseguir? Poderei alguma vez deliciar-me pelo paladar da certeza, da convicção, da compreensão?

Serei luxúria da crítica por ambicionar diferir, por adorar a audácia do aparecer, por mostrar um eu que sou mas tantas vezes escondo, um eu que sou e tantas vezes não reconheço? Serei eternamente lâmina escorregadia de um vermelho sombrio, quente sangue da atitude?

Serei inveja incalculável por um preciso cálculo do esperado, quente gelo que aquece corpo mas gela alma? Serei imperfeito dador do contraditório, rara inconsciência do confiar?

Serei vaidade infundada de temperamento, esmagadora divergência de humor, inexplicável poção do ser ou não ser? Conseguirei encarcerar vítimas do dizer e demónios do deixar de dizer? Por assombrações do sonho serei para sempre errante tormento do não ser compreendido?

Serei preguiça que me amarra em alegres ódios ocasionais? Serei indigna capela do recolhimento do pecado, serei espírito de aparente paz, solene adeus a um sol que por vezes não brilha?

Serei ira de mim, antítese de uma fortaleza construída por pedra suportada por pena? Conseguirei simplesmente ser apenas alguém imperfeito, alguém que chora e que ri, que cai e se levanta, alguém que erra e aprende, algúem como qualquer um?

Não sei ser de outra forma a não ser como sou...