Sunday, January 13, 2008

É no pensar...

Tamanha pequenez de uma razão que não encontra fundamento, cegueira do momento, invalidez da atitude que não encontra certeza, que caminha por trilhos desconhecidos, incertos, estranhas passagens do meu rumo...
Desconheço quais as vontades dos meus passos, sigo entre ruelas pelas quais não sei se quero seguir. Injustiça de personalidade, fraqueza do querer, incerteza do não querer...
Sou alvo do instante, seta da realidade, frio metálico que me arrepia, chama que poderá incendiar a genuinidade do acontecimento...
Não minto, não finjo, não me escondo pela máscara da falsidade simplesmente não sei...
Conseguirei, mais uma vez, desmoronar a beleza de um castelo de areia, construído na compreensão, edificado na pureza de uma meneira de ser, fortalecido pela fugaz capacidade do retribuir...
Não quero ser pecador por actos não calculados, não quero ser mártir do remorso, não quero ser injusto com o pensar...
É urgente encontrar-me, mas necessito perder-me para prosseguir... Soltar a âncora da recordação, deitar-me num sono de choro pelo erro, sofrer pelas escolhas, pelos finais dos meus teatros, pelas personagens das histórias que me conto, nas quais tanto quero acreditar que chego a nelas habitar...
É no pensamento que encontro todas as respostas, todas as questões, grande parte da energia que me alimenta... É no pensar que me encontro e é no pensar que me perco... É por tanto pensar que nada sei, que de nada tenho certeza...
Queria, por vezes, conseguir não pensar, apenas viver...

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