Saturday, January 19, 2008

Moinhos de Vento


Pelos Moinhos de Vento do meu tempo deslizam fiapos do acontecer, pétalas de tristeza perfumadas, estrelas brilhantes de penumbra, sorriso contornado por uma lágrima...
Moinhos de Vento... por eles sopram histórias de vida, instantes tatuados na alma, para sempre cicatrizes na memória...
Por esse pano gasto segredam-se confissões de culpabilidade incalculada, sussurram-se razões de um agir despretensioso, demonstram-se afectos concebidos na subtileza de uma sinceridade contagiante...
Velas de pano perdido, qual sonho fugido por um acordar forçado, qual grito de som vazio, qual inutilidade do ser, aquela que sinto, pelo vento que move o meu Moinho...
Moinho de Vento... lar dos meus receios, abrigo dos meus actos, refúgio dos meus sentidos...
Mó em que me sento, que descanso o peso que carrego no espírito, que lanço ao vento que move estas velas, os meus tormentos... a mágoa por ser apenas um alguém, privado de dom, vazio do poder mudar o acontecer...
Moinhos de Vento... sereis testemunha de uma promessa, não lançada ao vento mas para sempre guardada sob o peso desta pedra em que me sento... Sentirás sempre a minha mão no teu ombro, seja qual for o caminho a seguir, qual escolha a feita por um destino tantas vezes incerto...
Moinhos de Vento... histórias sopradas pelo calor de um confiar...

1 comment:

Hugo Melo said...

Gosto muito do que escreves e da maneira como o fazes. Os meus mais sinceros parabéns. Força aí e continua a escrever coisas bonitas. Um grande e apertado abraço. ;-)