Tuesday, March 11, 2008

Viagem sem Destino


Pela intensidade do pensamento, pelo palpitar de um mortal sentir, pela excitação interior qual criança que recebe um presente, sinto um despertar noutra dimensão, realidade paralela na qual transito sem me aperceber...
Pestanejar de mudança, ventos de norte que me invadem o corpo, me refrescam o ego, me fustigam o ser sussurrando palavras de confiança, de obrigatoriedade em sorrir...
No sabor dos pequenos instantes encontro aromas de um ser feliz, toco em neve inexistente da partilha, perco-me num conto de personagens ideais, estranhos desconhecidos de afinidades loucamente conjugadas...
Longe do mundo... apaga-se o espaço que me envolve quando penso, quando sonho...
Perto de mim... quando sigo nesta viagem sem destino, quando imagino esse campo de verde pintado invadido por odores silvestres da Natureza e admiro... esse olhar, essa presença num sono profundo... Contemplo um rosto inerte, ouço a respiração lenta, relaxada, em plena sintonia com o coração da Mãe de todos... Ao tocar nessa pele estremeço... por poder quebrar a beleza desse quadro... Permaneço então quieto, sem movimentos estranhos às entranhas da Natureza, no canto das aves, da água, dos seres dedico essa melodia a esse instante... a esta viagem de sonho adoçada, a uma imaginação extrapolada para uma realidade desconhecida, distante ou impossível, incertezas de viajante...
Nesta viagem sem destino caminho confiante, viagem sem rumo, pegadas da possibilidade em chegar... a ti.

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