Monday, March 10, 2008

Acordar...


Debruçado sobre mim, revejo fiapos de momentos, passados ou desejados, memórias de sonho, crenças em sublime idealismo, o acreditar na possibilidade desse tal instante, o mito, o acontecer...
Procurando nada encontro, imóvel nada me toca, não sinto o arrepio causado pela brisa da sensação... Nada procuro por isso, nada encontro neste caminho ao qual me entreguei, corpo e alma conscientes dos dissabores da viagem...
Na escuridão dos meus dias perco-me por pensamentos e, por vezes, sinto que me escutam, me compreendem... Dama negra, anjo da guarda, estranho desconhecido, errante caminhante quem serás tu, nova personagem desta história, de um pensar que me aqueceu o espírito, que revelou na bruma traços de um horizonte perdido nas horas, dissipado dos meus dias pela força e vontade da circunstância...
Num choro sem lágrimas escorrem instantes de pureza idílica, de indescritível vivência contemplada pelo sorrir, do viver um sorriso, uma lágrima, um olhar, uma dor, um amor...
Nos braços desse anjo encontrei o afecto da compreensão, ouvi a melodia da coragem enquanto adormecia entorpecido por pensamentos há muito sequestrados pelos demónios do desânimo...
Sou um sonhador, menino da lua, rapaz da Terra, Homem sem lugar...
Serei sorriso no teu rosto, lágrima no teu pensar, mas sou simplesmente eu...
Na vida há "paragens cardíacas" nas horas, estaladas por mãos de ninguém, instantes de um acordar desta sonolência a que nos entregamos sem nos apercebermos...
Sinto-me acordado, desperto para um novo olhar, consciente das cores do meu horizonte, distante mas visível, concreto, fabulosa divisão do sonho e da realidade...
Alcançarei o horizonte?
Ahh, não sei mas tentarei lá chegar...

Para ti, que queres acordar...

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