Wednesday, November 28, 2007

Farol


Sinto-me a afogar na angústia dos meus conflitos, em certezas de um incerto pensamento que me atormenta...
Uma bruma de dúvida cerrada roubou-me o meu farol, num mar de sentimentos sinto-me em asfixia, privado do poder pensar, do sentir tudo tão intensamente, do golpe de uma lâmina a rasgar-me a carne, a mente, o espírito...
Sem sangue de vida, sem ar de existência sinto-me adormecer...
Será este um sonho de remorso?
Terei direito a defesa neste julgamento de alma, serei para sempre condenado ao penoso martírio da culpa?
Poderei encontrar de novo essa luz que me guia, esse segredo de um olhar transparente, de um comunicar sem palavras, sem gestos...
Voltará a falar a voz de um coração esmagado pela colisão da circunstância, pela irracionalidade da atitude, pela crueldade do egoísmo?
Poderei apagar os erros da minha história, ou ficarão para sempre como marcas a fogo, consumindo, a pouco e pouco, este meu eu destroçado, perdido, ferido...
Poderei rogar ao tempo o desejo do retrocesso, pedir ao vento que sopre nas páginas do meu livro, no sentido inverso...
Queria correr, voltar atrás, mas estou privado de movimentos, fraco de iniciativa, esgotado por um cansaço causado por um nada fortalecido pela fraqueza que sinto...
Estrela dos meus dias, ajoelho-me a teus pés, suplico-te que não me abandones, que me guies neste meu caminho. Que a cada passo não me fraquejem as pernas, que na esperança de um novo passo possa encontrar forças para um continuar...
Farol de mim, não te extingas, não deixes de brilhar... acredita em mim.
Nessa promeça fincarei o meu acreditar...

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